terça-feira, 6 de novembro de 2012

A Industria Parte III

As abordagens que fizemos anteriormente tinham (ou têm) uma maior incidência naquilo que é a nossa memória, vivências pessoais e experiências familiares que assentam nos finais dos anos 50. Agora vamos acompanhar o nosso crescimento emparelhado no “DESENVOLVIMENTO” daquela que iria ser o maior suporte Industrial de Avintes e nos acompanhou até aos dias de hoje.
Já falamos no fabrico das carroçarias para autocarros, uma fábrica de reutilização de papel/cartão velho e usado em folhas de cartão para os mais variados fins. Vamos falar da Industria de Calçado e da sua importância para a economia LOCAL.
Avintes, ia deixando de ser uma terra com uma vertente rural muito grande, porque a solicitação das várias industrias que iam florescendo cá na “TERRA” levaram as pessoas a enveredarem por “carreiras” profissionais que a Industria local lhes ia “oferecendo”.
Ao mesmo tempo que “importava” mão de obra para o desenvolvimento das mais variadas atividades, abriam-se outros “mercados” que “consumiam” mão de obra cada vez mais especializada e que dada a diversidade as pessoas de Avintes foram á procura porque as saídas profissionais que lhes “ofereciam”; em Avintes não existiam.
No artigo anterior, salientamos as movimentações de pessoas com destino das freguesias vizinhas que se deslocavam diariamente para ocupar os mais variados postos de trabalho na  Industria Avintense, começava-se a assistir a uma inversão dos movimentos, e ao mesmo tempo que se continuava a assistir ás chegadas, partiam diariamente centenas de Avintenses para o seus destinos profissionais.
Eram maioritariamente no Comércio e nos mais variados “serviços”, com maior incidência no sector automóvel que se empregavam os Avintenses que saíam da terra, abriam-se as portas dos Armazéns de Vinho do Porto, onde centenas de pessoas ganhavam a sua vida. Os autocarros viajavam com grande azafama entre Lever/Crestuma/ Avintes/Oliveira do Douro/Gaia/Porto , era um corrupio de pessoas que em Avintes ou fora criavam meios para a evolução do comércio local que nos permitiu ser uma comunidade mais próspera.
As razões por que lhes falamos da Industria de calçado, não será pelos melhores motivos; á degradação do parque Industrial de Avintes não é estranha o “afundamento “ da maior fonte empregadora da nossa Terra.
Ao abordar este tema, não queremos aqui fazer qualquer tipo de apreciação/juízos de valor sobre os motivos/causas, nem que as imagens sirvam para apontarem o que quer que seja, queremos simplesmente transmitir a constatação de factos que nos levaram a ficar mais pobres.
Lembramo-nos o grande desenvolvimento desta industria nos anos 60/70 segue-se o período pós 25 de Abril que veio alterar algumas regras no mercado, as consequências foram nuns casos favorável, outros não se adaptaram ás mudanças e entram numa fase de estagnação que as levariam á rutura técnica e económica.
O desenvolvimento foi-se perlongando pelos anos 80/90 e eram bem visíveis a satisfação de empregados e empregadores, as fábricas iam-se modernizando com maquinas e instalações, abriram-se horizontes políticos/económicos que iriam revolucionar a industria do calçado em Avintes.
Numa visão “diferente", apareceram os “ALEMÃES”, que se instalaram inicialmente numa pequena fábrica junto ao cruzeiro (de baixo) por volta de 1975 e onde se mantiveram durante alguns anos e num crescendo de atividade acabaram por construir uma fábrica de raiz e do mais moderno que havia no sector. Decorreriam os anos de 79/80 quando passaram para as novas instalações e numa estratégia de crescimento e modernização de todo o sistema de fabrico com maquinaria e pessoal especializado que entretanto recrutaram na industria local. Centenas de pessoas de Avintes e outras localidades mais próximas trabalhavam diariamente na “ARA” em Avintes. Em paralelo outras fábricas acompanhavam o desenvolvimento, período de grande prosperidade, não faltava trabalho, os rendimentos familiares permitiam mais qualidade de vida e maior investimento no comércio local.
 
Como tudo o que “NASCE”, “CRESCE” e “ MORRE”, acabamos por assistir ao desmembramento desta Industria, hoje resumem-se a algumas (muito poucas) que souberam ajustar-se aos novos tempos e ainda mantêm acesa a “Industria de calçado” em Avintes.
 
Aproveitamos para manifestar os nossos votos de prosperidade á Industria que resta e desejar que o “Tempo” nos traga esta ou outra atividade para  ajudar ao desenvolvimento económico da Avintes.
Hoje sentimo-nos mais pobres, percebemos que muito dificilmente regressaremos a esses tempos áureos em que quase tudo se movia á volta desta Industria, esperemos que se criem condições politicas e de logística para “trazer” para Avintes alguns sectores de Industria que crie empregabilidade para as nossa “gente”, temos que criar condições para que se “prendam” os nossos jovens á sua “TERRA”, acessibilidades que permitam “rasgar” Avintes ao meio e façam chegar os mais variados meios de transporte a zonas hoje quase impenetráveis. Não podemos continuar a usar a 222 como o eixo de referência, precisamos de dar vida á zona norte da Vila e para isso só com uma rede de estradas que permitam levar a “MODERNIDADE”  e os empreendedores até lá.
Nota: Por razões de respeito, não falamos em nomes de pessoas, nem firmas. A exposição de fotos não retratam mais que os cenários reais e sem qualquer intenção incriminatória, porque até nem conhecemos em pormenor caso a caso:
 
O "KusKas"
 
 

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